Setembro amarelo e a importância da prevenção ao suicídio

Estamos no mês de combate ao suicídio. E precisamos dialogar sobre o tema para prevenir e ficar atento a situações no trabalho que levem à depressão. Se precisar, peça ajuda.importância de discutir e promover ações de prevenção ao suicídio.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), desde 2014, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil realiza campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio no país.
Vale ressaltar que a campanha é realizada durante todo o mês de setembro, mas o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é celebrado no dia 10/09 e endossado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a OMS, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Mas também informa que existem episódios subnotificados, o que pode chegar a mais de 1 milhão de casos. No Brasil, a estimativa é de 14 mil casos por ano, o que leva em média trinta e oito pessoas cometem suicídio por dia. Entre 2010 e 2019, o país registrou em torno de 112.230 mortes por suicídio.

Suicídio de trabalhadores
Embora a campanha não se concentre exclusivamente em trabalhadores e trabalhadoras, o ambiente de trabalho é um assunto importante para abordar a questão do tema e reduzir o estigma associado à saúde mental e promover soluções e apoio para aqueles que lutam contra pensamentos suicidas.
De acordo com especialistas, o suicídio de trabalhadores e a saúde mental no ambiente de trabalho são preocupações importantes a serem discutidos. Observam ainda que o estresse no trabalho, pressão excessiva, assédio, carga de trabalho excessiva e falta de apoio emocional podem contribuir para problemas de saúde mental entre os trabalhadores e as trabalhadoras.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2019, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais receberam o diagnóstico de depressão. Estados do sul e sudeste têm 15,2% e 11,5%, respectivamente, de adultos com diagnóstico confirmado de depressão. Em seguida, o centro-oeste (10,4%), nordeste (6,9%) e norte (5%).

Crescimento do suicídio
Os óbitos de trabalhadores são, segundo estudos, desencadeados por adoecimento no trabalho. Essa manifestação trágica engloba uma série de fatores complexos e interligados, que podem incluir questões pessoais, ambientais e organizacionais. Em 2019, foram notificados 13 mil suicídios no país, sendo 12 mil casos em população de 14 a 65 anos. No entanto, 10 mil casos correspondem as pessoas em atividade de trabalho, sendo 77% dos suicídios ocorreram entre homens. Ainda segundo estudos, os suicídios e tentativas de suicídio têm efeito dominó, os quais afetam diretamente o indivíduo e, consequentemente, as famílias, comunidades e sociedade.
Especialistas da área da saúde salientam a importância das empresas e empregadores adotarem medidas proativas para promover um ambiente de trabalho saudável e de apoio. Implementar programas e ações de bem-estar mental, a promoção de uma cultura de respeito, apoio e empatia com os trabalhadores, sobretudo com aqueles que fazem tratamento contra depressão, ansiedade e outros.
Segundo dados da Previdência Social, a terceira maior causa de afastamentos por auxílio-doença acidentário é de transtornos mentais, como a depressão. Segundo Cleiton Sabio, diretor de Saúde e Segurança do Construmob, “situações de assédio moral também podem levar a transtornos mentais. Por isso, qualquer tipo de pressão no ambiente de trabalho deve ser denunciada”, destaca.
É importante que a pessoa que estiver enfrentando problemas relacionados à saúde mental procure ajuda profissional. Para as pessoas que querem e precisam conversar, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, por meio do telefone: 188.

Qualquer sinal de pressão no ambiente de trabalho é necessário denunciar.

Origem
O Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio é lembrado todo dia 10 de setembro. A data, instituída em 2003 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reforça a importância de cuidarmos da nossa saúde mental e da prevenção ao suicídio. A origem do Setembro Amarelo teve início com a história de Mike Emme, jovem estadunidense que cometeu suicídio em 1994. Conhecido por suas habilidades mecânicas e por gostar de ajudar os vizinhos, Mike resgatou e reformou um Ford Mustang 1968 e o pintou de amarelo. Após sua partida, os amigos e familiares do jovem fundaram o programa Yellow Ribbon (Fita Amarela).

Edição: Carlos Rizzo. Informações a partir do site gov.br e Tribunal de Justiça do Espírito Santo