Acidentes expõem falta de segurança das empresas de construção civil
Em dois meses, dois acidentes em canteiros de obras, em Santo André, deixaram dois mortos e dois feridos. O Sindicato cobra a implantação de equipamentos de segurança e orientação sobre proteção nos locais de trabalho.
A categoria dos trabalhadores da construção civil de Santo André está de luto depois de acompanhar acidentes fatais que aconteceram em dois canteiros de obra nos meses de junho e julho deste ano. O mais recente, ocorreu no último dia 29 de julho, quando um trabalhador de uma obra de construção de edifício residencial, em Santo André, morreu depois de ser “sugado” para o interior de uma betoneira.
Segundo boletim de ocorrência (BO) registrado no 2ª Delegacia de Polícia de Santo André, Tonimar da Costa, 28 anos, estava no cobertura da obra com dez andares quando aconteceu o acidente. O trabalhador era contratado pela Coqueiro Empreiteira que presta serviço para Múltipla Engenharia em um empreendimento que tem parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do governo do Estado. Por meio de nota divulgada em jornal da região, a CDHU lamentou o ocorrido e informou que o empreendimento é tocada por empresa da iniciativa privada.
Os diretores do Sindicato Cleiton Sábio e Carlos Menegatti estiveram no canteiro de obras para acompanhar o que aconteceu e foram recebidos pelo engenheiro de segurança da Múltipla que informou que a empresa estava dando todo o apoio à família. O Sindicato acionou a fiscalização do Ministério do Trabalho para averiguar o acidente. Natural do Piauí, Tonimar da Costa deixa esposa e um filho de 2 anos.
Muro desaba
Outro acidente, ocorrido em 20 de junho, em canteiro de obra de um prédio sem condomínio deixou uma vítima, de 72 anos, e dois feridos quando um muro caiu sobre os trabalhadores. Os diretores Cleiton Sábio e Almir Peixoto estiveram no local e de imediato acionaram o Ministério do Trabalho para averiguar o acidente. Atualmente, a empresa responsável pela obra, Multiarqui Serviços de Arquitetura está sob a fiscalização do órgão federal.
Para Sábio, que é diretor de Saúde e Segurança do Construmob, as construções precisam investir muito mais em equipamentos de segurança e treinamento dos trabalhadores. “Não podemos aceitar que pais de família percam suas vidas porque empresas não cumprem o mínimo que se exige para um canteiro de obras funcionar”, destaca. Ele explica que o Sindicato vai acompanhar esses dois casos e vai continuar cobrando da empresas melhores condições de trabalho para a categoria. O diretor do Construmob pede para os trabalhadores denunciarem situações de insegurança e insalubridade. “Só tem uma forma de proteger o trabalhador, que é denunciando as empresas que estão irregulares”, finaliza.
Texto: Carlos Rizzo